quinta-feira, 22 de março de 2012

Veja ignora "A privataria tucana"

O ranking semanal de livros mais vendidos da revista Veja desprezou a vice-liderança de "A Privataria Tucana", do jornalista Amaury Ribeiro Júnior, na categoria de não-ficção

O livro apresenta documentos sobre um bilionário esquema de fraudes que teria ocorrido no processo de privatização comandado na década de 1990 durante o governo do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso. A publicação não se manifestou a respeito.

Ribeiro Júnior traz documentos e informações que sugerem que o ex-caixa de campanha do PSDB e ex-diretor da área internacional do Banco do Brasil Ricardo Sérgio de Oliveira agiu como "artesão" da construção de consórcios de privatização em troca de propinas. Parentes e pessoas próximas ao ex-governador de São Paulo e ex-ministro do Planejamento, José Serra, também são citadas.

Pesquisa realizada pelo Comunique-se apontou que a publicação de Ribeiro Júnior está entre os dez mais vendidos em livrarias e sites de literatura. "No entanto, na lista dos 20 mais vendidos da revista Veja, a publicação não aparece em nenhuma das posições", cita o portal especializado em comunicação.

Nas livrarias Cultura, Publifolha e Saraiva e no site especializado Publishnews, "A Privataria Tucana" aparece na segunda colocação entre as principais vendas não-ficção, atrás apenas da biografia sobre o empresário Steve Jobs, da Apple, morto neste ano, escrito por Walter Isaacson. O livro do jornalista brasileiro está em 10ª colocação no ranking anual da Fnac.

Veja manteve o "Guia Politicamente Incorreto da História do Brasil", de Leandro Narloch, no lugar em que, segundo as livrarias, estava "A Privataria Tucana". "Nas outras listas, o livro de Narloch aparece apenas na 15ª posição", indica o site.

Se confirmada a alteração na lista dos mais vendidos, não seria a primeira ocasião em que a prática é verificada. Em abril de 2004, a revista anunciou uma série de mudanças nos critérios para a formulação do ranking, na mesma semana em que o livro "O dia em que matei meu pai", de Mário Sabino, então chefe de redação da revista, figurou como décimo da lista.

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